"Todos
nós saímos do Capote de Gógol" - a famosa frase de Dostoiévski alude ao
papel fundamental desempenhado pela obra de Nikolai Vassílievitch Gógol
(1809-1852) no desenvolvimento da literatura russa a partir do século XIX.
Humorista, dramaturgo, prosador e polemista, seria sobretudo graças a suas
narrativas breves que o autor de Almas mortas e O inspetor geral atrairia a
atenção da crítica e influenciaria para sempre os rumos da prosa russa e
universal.
Organizado
e traduzido diretamente do russo por Paulo Bezerra, que também assina o
posfácio, este volume apresenta ao leitor um panorama geral da obra gogoliana,
ao trazer, ao lado de algumas de suas histórias mais conhecidas ("O
capote", "O nariz" e "Diário de um louco"), duas
narrativas "folclóricas", do ciclo ucraniano ("Viy" e
"Noite de Natal"). Se nas primeiras o cenário é São Petersburgo e os
pequenos funcionários da burocracia czarista e, nas segundas, o universo rural
com suas lendas e personagens míticos, em todas prevalece o humor, o tom
fantástico e a genialidade narrativa de Gógol, nesta sequência de verdadeiras
obras-primas. [EDITORA 34]
Ressurreição,
de 1899, o último livro publicado em vida por Liev Tolstói (1828-1910), completa
o trio de seus grandes romances ao lado de Anna
Kariênina e Guerra e paz. A primeira tradução brasileira direta do
original russo, feita por Rubens Figueiredo, chega às estantes no ano do
centenário da morte do autor. A apresentação do tradutor traz detalhes do
contexto em que a obra mais polêmica do mestre russo foi criada e, ao lado do
texto de quarta capa do cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, atualiza sua
dimensão literária e social.
Um
dia na vida de Ivan Deníssovitch - Aleksandr Solzhenitsyn
Expressamente
citado pela Academia Sueca no momento da atribuição do Prémio Nobel de
Literatura a Aleksandr Soljenítsin, em 1970, Um dia na vida de Ivan
Deníssovitch foi o primeiro romance publicado na União Soviética
relatando a vida nos campos de trabalho dos prisioneiros políticos e a
repressão estalinista.
Nessa altura, em 1962, embora causando grande polémica interna, a obra foi
saudada em todo o mundo como símbolo da nova literatura russa e da abertura
krutcheviana. Mas em 1974 Soljenítsin viria, depois de expulso da União dos
Escritores, a ser detido e deportado.
Um dia na vida de Ivan Deníssovitch relata um dia de um prisioneiro
num gulag do Cazaquistão. Narrativa brilhante e densa, herdeira das grandes
tradições da literatura russa.
O Exército de Cavalaria- Isaac Bábel

O vigésimo volume da
coleção Prosa do Mundo celebra uma das mais radicais experiências da
literatura moderna. Oitenta anos depois de sua publicação na Rússia, este
clássico ganha sua primeira tradução direta do russo, com o título escolhido
pelo autor. Para a nova edição, Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de
Andrade traduziram os 36 contos da versão definitiva - que acrescentou
"Argamak" e "O beijo" à primeira publicação em livro, de
1926. "Texto-paradigma do século XX", nas palavras de Boris Schnaiderman,
estes contos "com gosto acre de sangue e terra" formam um mosaico
estilhaçado das convulsões sociais da Rússia nos anos 1920. Conhecido em todo o
Ocidente como A Cavalaria Vermelha, o livro reflete a experiência de Isaac
Bábel na guerra russo-polonesa de 1920-1921. Judeu, russo e míope, o narrador
registra sua permamente sensação de deslocamento em meio aos brutais cossacos
que lutam a seu lado. Com sua prosa expressionista, Bábel parecia encarnar o
ideal soviético de uma literatura revolucionária, mas acabaria fuzilado em 1940
pela política de extermínio stalinista. [ EDITORA COSAC NAIFY]
Sam Eastland
É o
tempo do Grande Terror. Inspector Pekkala - conhecido como o olho Emerald - foi
o mais famoso detetive em toda a Rússia. Ele era o favorito do Tzar. Agora, ele
é o prisioneiro dos homens que uma vez caçou. Como milhões de outros, ele foi
enviado para Sibéria e, para o resto do mundo ele está morto. Mas um alívio vem
quando ele é convocado pelo próprio Stalin para investigar um crime. Sua missão
- para descobrir os homens que realmente mataram o Tzar e sua família, e para
localizar o tesouro do Tzar. A recompensa para o sucesso será a sua liberdade e
a possibilidade de voltar a unir-se com uma mulher que ele teria se casado, se
a revolução não tivesse separado-os. O preço do fracasso - a morte. Definir
como pano de fundo o país paranóico e brutal que a Rússia tornou-se sob o
governo de Stalin, O olho do Tzar vermelho introduz uma nova figura atraente
para os leitores de ficção.
Eugenio Oneguin – Pushkin
Eugênio
Oneguin, obra prima do russo Alexandr Sergueivich Pushkin (1799-1835), inspirou
artistas de várias gerações como Tchaikovsky que compôs a ópera homônima. O
mestre Dostoievski não exitou em classificar Pushkin o autor mais
representativo da vida e da literatura russas e considerou Eugênio Oneguin uma
obra de arte consumada de intensa força criadora. Apesar de sua grandiosidade o
livro nunca havia tido uma tradução para o português. Lançada agora pela
editora Record. a edição brasileira de Eugênio Oneguin é a primeira no idioma e
com uma elaboradíssima tradução feita diretamente do russo. Esta edição é fruto
de dez anos de trabalho do diplomata Dário Castro Alves um apaixonado por
Pushkin que foi embaixador do Brasil na Rússia e em Portugal onde encantou-se
também por Eça de Queiroz. Eugênio Oneguin foi escrito por Pushkin entre 1823 e
1831 e publicado em 1831, sendo considerado por críticos e especialistas o
início da grandeza da língua russa. A trama gira em torno do personagem que dá
nome ao título. Oneguin, jovem aristocrata, despreza o amor de uma moça simples
por quem na vida adulta se apaixonará perdidamente, sendo desta vez desprezado.
Uma obra prima em verso que dará ao leitor brasileiro uma bela oportunidade de
se aproximar da poesia clássica russa e, ao mesmo tempo, conhecer um pouco mais
da Rússia do século XIX.
História
e memória são as matérias-primas desta narrativa que põe em cena o líder
rebelde caucasiano Khadji-Murát em sua luta contra a incorporação da
Tchetchênia e do Daguestão pelos russos. A região até hoje é foco de
instabilidade política, o que dá surpreendente atualidade a este livro
publicado em 1910, ano da morte do escritor.
Foi no
agreste Cáucaso que o jovem Liev Tolstói serviu como oficial do exército,
décadas antes; a experiência repercutiria em seus últimos dias, quando o
escritor, agora um ativista em prol dos perseguidos pelo regime czarista,
voltou a interessar-se por aquele povo infenso à dominação imperial. Estamos em
território russo, mas o cenário não é aquele a que estamos habituados. Não se
trata dos personagens aristocráticos que falam francês e desfilam pelos salões
de Moscou e Petersburgo, nem de soldados, mujiques e outros tipos populares
eslavos que povoam as narrativas de Tolstói. O escritor aqui é um orientalista
que se mostra fascinado pela marca da cultura islâmica em pleno Império Russo,
e que está simbolizada na capa do livro, com a imagem de uma espada curva que
mimetiza o Crescente. A espada, típica dos guerreiros da região, faz parte do
acervo do Museu Hermitage.
Escrito
em meio a crises de epilepsia, perturbações nervosas, viagens - e sob a pressão
de severas dívidas de jogo-, O idiota é um desses livros em que o leitor
reconhece de imediato a marca do gênio. Nele, Dostoiévski constrói um dos
personagens mais impressionantes de toda a literatura mundial - o humanista e
epilético príncipe Míchkin, mescla de Cristo e Dom Quixote, cuja compaixão sem
limites vai se chocar com o desregramento mundano de Rogójin e a beleza
enlouquecedora de Nastácia Filíppovna. Entre os três se agita uma galeria de
personagens de extrema complexidade, impulsionados pelos sentimentos mais
contraditórios - do amor desinteressado à canalhice despudorada -, conferindo a
cada cena uma intensidade alucinante que nunca se dissipa nem perde o foco. A
tradução de Paulo Bezerra, a primeira realizada diretamente do russo em nosso
país, traz para o leitor brasileiro toda a força da narrativa original. [Editora
34]
O Retrato - Nikolai
Gógol
Gógol
começou a trabalhar em O Retrato em 1831, ao mesmo tempo que
escrevia a Avenida Névski. A primeira redacção foi terminada, o mais
tardar, em meados de 1834, tendo provocado a crítica severa de, por exemplo,
Vissarion Belínski. No início dos anos quarenta, ou seja, quando Gógol já
terminara a primeira parte de Almas Mortas e se preparava para
criar a segunda, a primeira versão de O Retrato é refeita e
publicada, em 1842, na revista Sovreménnik.
O
Cadáver Vivo – Lev Tolstói
O russo Lev Tolstói é
um dos grandes nomes da literatura. Guerra e paz e Anna Kariénina estão entre
os maiores romances da literatura universal. Foi como romancista que ele se
tornou conhecido, mas também escreveu várias obras dramáticas. Dizia que tanto
na vida como na arte era preciso sempre dizer a verdade.
O
cadáver vivo conta a história do casal Liza e Fiódor. Ela sofre por causa de
seu marido, desajustado e alcoólatra, até que ele simula o suicídio, falso como
a vida que ambos levavam até então. O ato de Fiódor lhes dá a liberdade para
buscar seus incompatíveis projetos de felicidade. Tolstói não permitiu que esta
peça fosse encenada enquanto vivesse, pois foi baseada em fatos reais.
As
Irmãs Romanov - Helen Rappaport
"Ao
longo dos anos, a história da brutal execução das quatro grã-duquesas Romanov
turvou nossa impressão a respeito de quem elas realmente foram. Com frequência,
são vistas como um belo mas insignificante detalhe na história dos pais,
Nicolau e Alexandra, o último casal imperial da Rússia. A imagem que prevalece
é a de que eram jovens adoráveis e donas de uma vida invejável, mas a verdade é
bem diferente. As irmãs Romanov reconstrói a vida da última família imperial
russa com ênfase na rotina de Olga, Tatiana, Maria e Anastácia. A alegria e a
insegurança dessas jovens princesas são retratadas aqui tendo como pano de
fundo os derradeiros dias da ordem mundial vigente até o início do século XX."
Nicolau e Alexandra - Robert K. Massie
Do
mesmo autor do bestseller Catarina, a grande, Nicolau e Alexandra é a biografia
cruzada do czar Nicolau II e de sua esposa Alexandra de Hesse, últimos
soberanos da dinastia Romanov, que governou a Rússia durante três séculos.
Combinando um cuidadoso trabalho de pesquisa e uma narrativa envolvente e
instigante, Robert K. Massie, ganhador do Prêmio Pulitzer, mostra que a
influência sobre a imperatriz do místico siberiano Gregório Rasputin, chamado
para salvar o herdeiro do casal, hemofílico, associada à inabilidade política
do czar e à crescente crise política internacional causada pelo início da
Primeira Guerra Mundial foram determinantes para a derrocada do último grande
império do mundo.
Noites
Brancas - Fiódor Dostoiévski
Durante
uma das singulares "noites brancas" do verão de São Petersburgo, em
que o sol praticamente não se põe, dois jovens se encontram numa ponte sobre o
rio Nievá e dão início a uma história repleta de fantasia e lirismo. Publicado
em 1848, na contracorrente de sua época, que privilegiava o Realismo, este
livro é, na obra de Dostoiévski, aquele que mais se aproxima da escola
romântica. Não apenas pelo tipo do Sonhador, figura central da novela, mas
também pela atmosfera delicada e fantasmagórica, que envolve a trama, o cenário
e os protagonistas. Aqui, a própria cidade de São Petersburgo - com seus
palácios e pontes, seus espaços monumentais - revela-se como personagem. Não
por acaso, Noites brancas atraiu a atenção de diretores de cinema como Luchino
Visconti e Robert Bresson, que procuraram traduzir para a tela todo o encanto
desta que se tornou uma das obras mais famosas de Dostoiévski - agora pela
primeira vez no Brasil em tradução direta do russo.
A dama de espadas Prosa e poemas
- Aleksandr
Púchkin
A
importância do autor de A dama
de espadas pode ser
constatada nesta frase do prêmio Nobel de literatura Joseph Brodsky:
"Púchkin deu à Rússia sua língua literária e, com isso, sua
sensibilidade". De fato, a grandeza do poeta é somente comparável à de um
Dante, um Camões, um Shakespeare, isto é, aos pais fundadores das literaturas
de seus países. A linhagem de escritores a que deu origem também corrobora sua
força: Gógol, Dostoiévski, Tolstói, Turguêniev, Tchekhov, Maiakóvski. Este
volume - agora relançado em edição revista - é formado por três novelas e
quatro contos, além de dezesseis poemas de Púchkin. Traduzidos do original por
Boris Schnaiderman (no caso dos poemas, em parceria com Nelson Ascher), os
textos aqui reunidos constituem, para o leitor brasileiro, uma excelente
introdução à prosa e à poesia do gênio russo.
Coração de Cão/UM CORAÇAO DE CACHORRO E OUTRAS NOVELAS - Mikhail
Bulgakov
Uma
sátira mordaz ao «homem novo» soviético, escrito em 1925 mas só publicado na
União Soviética em 1987, com a perestroika. Um eminente cientista,
especializado em rejuvenescimento humano, enceta uma experiência com recurso a
um cão abandonado das ruas de Moscovo. Transplanta-lhe a hipófise e os
testículos de um indivíduo que acaba de morrer e o resultado é inesperado: o
animal transforma-se num pequeno homem rude, desagradável e bêbado .A
explicação é simples: o doador era um alcoólico sem escrúpulos. E eis que o
professor é perseguido por todos os comités e comissões estatais e proletárias
de todo o género, deslumbradas com o cão transformado em homem. E ainda por
cima, homem do partido! Como em toda a sua escrita, Bulgakov faz sublinhar
neste livro o irracional, o escárnio e a sátira, no melhor retrato daquilo que
foi o «homem novo» soviético.
[
NOVELA INCLUSA EM : UM CORAÇAO DE CACHORRO E OUTRAS NOVELAS] - 'As Aventuras de
Tchítchikov', 'Diabolíada', 'Os Ovos Fatais' e 'Um Coração de Cachorro' são as
quatro novelas de Bulgákov incluídas neste volume. Foram traduzidas do russo e
são acompanhadas, nesta edição, de ensaio que analisa aspectos da prosa satírica
do escritor e apresenta uma visão geral do gênero nos primeiros anos da
literatura russo-soviética, destacando a contribuição de Bulgákov e de
Maiakóvski para a renovação do gênero. Para Bulgákov, a sátira cria-se a si
própria, de repente, quando surge um escritor que repara na imperfeição da vida
corrente e, indignando-se, inicia seu desmascaramento artístico. A prosa de
Bulgákov segue e dialoga com a tradição literária russa que o antecedeu,
especialmente de Gógol, referência explícita da novela 'As Aventuras de
Tchítchikov', que abre o volume.
Uma Noite Antes do
Natal (Christmas Eve) – Nikolai Gogol
Em Uma Noite antes do
Natal, um diabo rouba a lua e esconde no bolso, passando a cometer atos de
maldade em uma aldeia no leste europeu. Vakula, pintor de retratos, é um
morador desta comunidade e apaixonado por Oksana que, entretanto, não o ama.
Vakula percebe que a única forma de conquistar Oksana será derrotar o vilão.
Nikolai Gogo é
bastante comparado com o escritor dos Estados Unidos, Edgar Allan Poe, ora pela
mesma época em que viveram, ora pelos assuntos que tratavam em suas histórias,
os quais envolvem eventos e personagens macabros. Até a maneira de escrever em
forma de contos tinham como similaridade.
Contos de Odessa - Isaac Bábel
No
alvorecer do século XX, Odessa, na Ucrânia, era uma dessas cidades que, como
Paris e Nova York, atraíam todo mundo: comerciantes do Leste, marujos,
minorias, estudantes, bandidagem. A cidade portuária fervilhava; os jornais
estampavam notícias sensacionalistas e a população se amontoava em cortiços. O
sublime e o grotesco apareciam em um simples passeio pelas ruas.
É
este mundo que vem à tona nos contos de Isaac Bábel. Em uma prosa sintética e
cortante, o escritor - que renovou a narrativa curta - captura a vida da
cidade, com foco na comunidade judaica. Como em um filme de Tarantino, figuras
violentas e burlescas de ladrões e mafiosos cômicos aparecem registradas de
maneira quase jornalística.
No
Campo da Honra e Outros Contos - Isaac Bábel
Autor
da prosa mais intensa e original da Rússia pós-revolucionária, Isaac Bábel
tornou-se conhecido mundialmente a partir da publicação dos contos de O
exército de cavalaria, em 1926. Figura enigmática, seu enorme prestígio junto
às autoridades do regime soviético não o pôs a salvo da perseguição stalinista:
preso em 1939 sob a acusação de "atividades antissoviéticas e
espionagem", foi sumariamente fuzilado em janeiro do ano seguinte.
O
volume No campo da honra e outros contos, organizado e traduzido por Nivaldo
dos Santos, e prefaciado por Boris Schnaiderman, traz narrativas de todas as
fases de sua carreira: desde o primeiro conto publicado, em 1913, até o último,
intitulado "O julgamento", de 1938. Aqui estão presentes os
principais temas de sua obra: relatos da infância vivida na Moldavanka, o
bairro judeu de Odessa, histórias de sua juventude aventureira e contos
surpreendentes que têm a guerra como pano de fundo.
Dotado de
imaginação exuberante e da capacidade de aferir o peso de cada palavra na distribuição
justa da frase, a escrita de Bábel parece ter encontrado uma fórmula secreta,
incomparável, na qual - nas palavras de Jorge Luis Borges - "a música do
estilo contrasta com a quase inefável brutalidade de certas cenas".
Nova antologia do conto russo (1792-1998)
Quarenta
autores, quarenta contos, duzentos anos da melhor prosa russa reunida em um
único volume.
Organizada
por Bruno Barretto Gomide, professor da Universidade de São Paulo, esta
antologia - a primeira no país inteiramente traduzida do russo e composta quase
só de obras inéditas em português - apresenta ao leitor um rico panorama da
literatura russa ao longo da história, iniciando-se em fins do século XVIII,
com Nikolai Karamzin, e chegando até nossos dias, com Serguei Dovlátov,
Liudmila Petruchévskaia, Tatiana Tolstaia e Vladímir Sorókin. Entre esses dois
extremos, estão presentes todos os grandes nomes, como Púchkin, Gógol,
Dostoiévski, Turguêniev, Tchekhov, Tolstói, Górki, Pasternak, Bábel e Nabókov,
mas também vários outros menos conhecidos, porém igualmente importantes -
Gárchin, Odóievski, Saltikov-Schedrin, Katáiev, Grin, Chalámov, Kharms, Platónov
-, alguns deles nunca antes publicados no Brasil. (Veja aqui a lista completa
dos contos reunidos.)
Para além
dos grandiosos romances de Tolstói e Dostoiévski que, com seus debates de
questões morais e existenciais, consagraram a literatura do país em todo o
mundo, esta antologia vem mostrar que, na arte do conto, tanto em número como
em qualidade - e abarcando uma diversidade de tons e temas -, os russos são
igualmente magistrais.
Meu
Companheiro de Estrada e Outros Contos - Maksim Górki
Considerado
um dos grandes escritores russos, autor de contos, romances, artigos de jornal,
peças de teatro e memórias, Maksim Górki (1868-1936) foi uma figura singular no
meio intelectual de sua época. Oriundo de uma família sem recursos, desde cedo
teve que procurar seu próprio sustento, perambulando por diversas paragens da
vasta Rússia à procura de trabalho, sempre à beira da marginalidade. Essa
experiência lhe deu uma perspectiva diferente, original, ao criar suas
histórias. Pela primeira vez, o povo russo era retratado por um dos seus, e de
forma sensível, verídica, com todas as suas contradições.
Ao
publicar suas primeiras narrativas nos anos 1890, o talento de Górki foi
imediatamente reconhecido, conquistando a admiração de nomes como Tolstói e
Tchekhov. No início do século XX, já escritor famoso, empenhou-se de corpo e
alma na causa da revolução, sendo preso e exilado pelo regime tsarista. Após
1917, usou diversas vezes seu prestígio para defender a liberdade de expressão
no regime soviético.
A
presente coletânea de contos, organizada e traduzida por Boris Schnaiderman,
busca oferecer ao leitor uma amostra da riqueza e complexidade da obra de Górki
- autor que, como nenhum outro, simbolizou as radicais transformações ocorridas
em seu país.
Verdadeira Vida de Sebastian Knight - Vladimir Nabokov
Criador
de obras intricadas e originais, este escritor viveu seus ultimos anos recluso,
atormentado pelo amor nao correspondido por uma misteriosa amante russa. Apos
sua morte, o narrador, denominado apenas 'V.', decide relatar, em livro, a
verdadeira historia do meio-irmao. Entrevista conhecidos e, como um detetive,
segue indicios que podem revelar um pouco mais de sua trajetoria. Pretende
tambem desbancar a outra biografia de Sebastian, escrita por um certo Sr.
Goodman, que, segundo ele, esta repleta de erros grosseiros.